O Exército tailandês decretou nesta terça-feira (20), horário local, lei marcial no país, após vários meses de crise política e de manifestações contra o governo que deixaram 28 mortos e vários feridos.
Este anúncio da lei marcial, "cujo objetivo é restaurar a paz e a ordem pública e não constitui um golpe de Estado", foi divulgado pela TV controlada pelos militares.
"Declarar a lei marcial não constitui um golpe de Estado, mas tem por objetivo restaurar a paz e a ordem pública", destacou o Exército em um comunicado divulgado durante a madrugada. "O público não deve ser tomado pelo pânico, a vida prossegue normalmente".
O Exército tailandês ameaçou, na quinta-feira passada, de intervir na crise após a morte de manifestantes em um ataque com granadas em pleno centro de Bangcoc.
O governo da Tailândia reagiu ao anúncio afirmando que não foi consultado pelos militares sobre a lei marcial e que o primeiro-ministro interino Niwattumrong Boonsongpaisan permanece no poder.
"O governo provisório continua com Niwattumrong como premier interino. Tudo está normal, exceto que o Exército assumiu a responsabilidade por todos os assuntos de segurança nacional", disse à AFP o assessor de Segurança Paradon Pattanatabut.
A oposição comemorou a decisão como o último passo para derrubar o governo interino instalado após a destituição da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, acusada de ser um fantoche de seu irmão, Thaksin, derrubado por um golpe de Estado em 2006 e atualmente no exílio.
Os "Camisas Vermelhas", um poderoso movimento integrado por partidários do governo e muito forte entre a população rural do norte e nordeste del país, advertiu a oposição sobre o risco de uma eventual guerra civil com a queda do atual gabinete.
Os manifestantes opositores, que acampam diante da sede do governo, exigem a designação de um primeiro-ministro "neutro" e defendem o adiamento 'sine die' das eleições.
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