Promotor do RS promete ação contra retirada de busto de Costa e Silva
Prefeito de Taquari removeu homenagem de praça após relatório da CNV.
Contrário a ideia, promotor diz que 'a história aconteceu e deve ficar lá'.
O Ministério Público (PM) deve entrar com uma ação contra a Prefeitura de Taquari, no Rio Grande do Sul, por causa da remoção de um busto do ex-presidente Costa e Silva de uma praça central da cidade. A medida provocou polêmica na terra natal do marechal, que foi o segundo presidente do país durante o regime militar (1964-1985).
O monumento com mais de dois metros de altura em granito negro e bronze foi inaugurado em 1976 e estava localizado na Lagoa Armênia, na praça central da cidade. Derrubada por uma máquina da prefeitura na terça (16), a estrutura foi levada até a casa onde Costa e Silva morou em Taquari, atualmente transformada em museu.
Responsável por atuar no município, o promotor João Pedro Tognini defende que o monumento volte para o lugar onde sempre esteve. "Não se pode apagar a história. A história aconteceu e deve ficar lá. A memória é um direito social, um direito da comunidade que não pode ser apagado por simples atos e decisões de prefeitos municipais", sustenta Tognini.
Nesta quarta, a prefeitura divulgou uma nota oficial na qual reiterou as razões para a remoção do busto. A decisão foi tomada após a divulgação do relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), na semana passada. "A administração municipal de Taquari entendeu que não havia razão para manter uma homenagem no maior ponto turístico da cidade, espaço de demonstrações culturais, justamente a quem promoveu um período nebuloso na história do país", diz o texto.
De acordo com o relatório da CNV, todos os militares que se tornaram presidentes durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985, são responsáveis pelas violações de direitos humanos. Na lista, figura o nome de Costa e Silva, que governou o país entre março de 1967 a agosto de 1969.
O busto, que ficava em frente à um dos cartões postais de Taquari, ficará inicialmente no porão do museu, antes de ser levado a um jardim do local, informou a prefeitura. O secretário municipal de cultura, Leandro Mariante, ponderou que a estrutura "não foi arrancado da cidade". "Todo mundo que quer conhecer a história, todo mundo que quer saber o que acontecer, vai estar lá", afirmou.
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