Mais de um quarto deles precisa da ajuda financeira dos filhos, parentes e amigos. Quase um terço dos que se declaram aposentados trabalha para complementar seu benefício, que, na maior parte dos casos, não supera um salário mínimo. E, ainda assim, os idosos brasileiros estão mais protegidos da pobreza que o resto da população -e que os idosos dos países vizinhos.
Eles são os destinatários do maior programa social do país: a previdência pública, cujos gastos somam o equivalente a mais de 20 vezes os do Bolsa Família, principal bandeira do governo. Se, mostra o Datafolha, 54% dos aposentados não ganham mais que o piso salarial nacional, também é verdade que, pela Constituição de 1988, nenhum ganha menos.
Trata-se do suficiente para excluir a ampla maioria dos que têm 60 anos ou mais das estatísticas relativas à pobreza e à miséria. Basta dizer que, internacionalmente, convenciona-se classificar a primeira como uma renda abaixo de US$ 2 diários e a segunda, de US$ 1 ao dia; o mínimo atual dá mais de US$ 6.
Escalar alguns degraus na pirâmide social está longe de ser a garantia de uma vida confortável. Apenas 2% dos idosos pertencem à classe A, mesmo percentual da população em geral, enquanto 40% estão nas classes D e E. Segundo o Datafolha, 79% não têm carro, 72% não têm plano de saúde e 63% não têm telefone celular.
Quase a metade (48%) vive em lares onde a renda familiar não ultrapassa os dois salários mínimos, acima dos 42% medidos na população. Em média, os idosos vivem na companhia de 2,4 pessoas, bem abaixo dos 3,8 contabilizados em todas as faixas etárias.
Custo do aposentado
Conforme a leitura, os dados podem alimentar os dois lados da maior polêmica em torno da seguridade social do país: de um lado, critica-se o volume de dinheiro público destinado aos idosos, mais que o dobro, para ficar num só exemplo, dos recursos federais, estaduais e municipais para a educação; de outro, chama-se a atenção para o impacto desses gastos na redução da pobreza e o papel crescente dos idosos no sustento familiar.
O alcance da Previdência brasileira é raro entre países de renda média. Dos pesquisados, 67% afirmaram receber aposentadoria oficial -entre os que têm 70 anos ou mais, a cobertura chega à casa dos 80%. Estudo publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 2007 apontou percentuais bem menores em países como México (19%), Costa Rica (37%), Peru (24%) e Bolívia (14,7%), para a população acima de 65 anos.
Confirma-se, no Datafolha, a precocidade da aposentadoria no país: 57% declararam ter começado a receber os benefícios antes dos 60. Defensores da reforma da Previdência advogam que seja estabelecida uma idade mínima de 65 anos, adotada em diversos países como forma de reduzir os riscos de um colapso financeiro do sistema de seguridade.
Na média, cada aposentado recebe R$ 777,60 mensais, segundo as respostas dos pesquisados. O valor supera o rendimento médio dos trabalhadores apurado pelo IBGE em 2007 nas regiões Norte (R$ 741) e Nordeste (R$ 592).
O salário mínimo, desde a última década, tem recebido reajustes superiores aos de praticamente todas as categorias profissionais. Era de R$ 415 em novembro, quando a pesquisa foi realizada, e, em fevereiro, em plena crise econômica, subiu para R$ 465.
Um trabalho apresentado há dois anos pelo economista Ricardo Paes de Barros estimou uma taxa de pobreza abaixo de 15% entre homens e mulheres com mais de 60 anos de idade, para uma média nacional próxima aos 29%. Pelas estimativas do estudo de Ricardo Barros, não fossem os benefícios previdenciários, a pobreza chegaria a mais de 50% dos idosos.
Fonte: CNM
4 comentários:
Essa é a frase que define essa geração... Nao me responsabilizo pela minha atitude.
Falam isso o tempo todo, em tom de bravata, uma frase que eu por exemplo teria vergonha de pronunciar algum dia, para esses vagabundos dessa geração nova brasileira virou mantra.
Isso explica muita coisa, a rejeição à frustração, a tentativa de se esconder em doenças para explicar o nao sucesso profissional ou pessoal, a vitimizacao e infantilizacao da sociedade pós moderna em seu apogeu.
Já falamos sobre isso neste blog e o impacto disso no nosso trabalho.
Mas, não! Preferem gastar suas energias em um caminho, não mais fácil, mas sim mais cômodo, orquestrado em vários setores que têm na veia o recalque, o sadismo e a frustração para com os médicos, e optam por desqualificar sumariamente, na maior parte das vezes MENTIROSAMENTE, CALUNIANDO gratuitamente o profissional.
Por quê não recorrer CIVILIZADAMENTE de uma decisão que gerou insatisfação de quem não detém todo conhecimento das leis e da medicina para se portar com tamanha empáfia e petulância se se PODE IMPUNEMENTE, SADICAMENTE E SOB OS APLAUSOS DA PATULÉIA QUE PRETENDE olhar para seu próprio umbigo e jogar para a platéia BATER, XINGAR, HUMILHAR, DESQUALIFICAR sem um pingo de vergonha na cara os peritos?
ENFIM, SE POSSO BATER E COM ISTO ME PROMOVER E ME DELICIAR por quê irei recorrer administrativamente da decisão?
Deixo claro que não se pode generalizar, que há erros, há injustiças e que falta profissionalização para muitos peritos (eu também incluo-me nestes muitos).O que quero dizer é que NADA justifica a agressão gratuita que os peritos sofrem na maior parte das vezes, ainda que haja , digamos, explicação para isto.Pode haver explicação, mas não justifica-se.Recorram!
Cobrem do INSS que nas APS onde só haja um perito que seja disponibilizado mais peritos para que sejam ofertadas mais opções de recursos em foro administrativo para quem precisa de perícia!
E, em último caso, se tudo der errado, pode-se tentar a Justiça!
Mas. o estranho é que não estou me lembrando agora de segurado reclamar, agredir ou xingar o Juiz que indefere seu pleito.Interesante, não?
(com arrogância e empafia). O que naõ entendo é como um médico, que deve preservar a saúde física e mental das pessoas,consegue indeferir auxilios em consultas que duram em 2 minutos. Vão contra laudos de médicos que acompanham os pacientes por anos. Tudo isso em 2 MINUTOS. Quem naõ conhece casos assim,é costumeiro. Talvez se contratassem veterinários os beneficiários fossem melhor atendidos.