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terça-feira, 23 de julho de 2013

Ex perito do INSS "mete o pau" na Pericia Médica


Anônimo 18/03/2012
Ex perito do INSS "mete o pau" na Pericia Médica
Laudo médico contraria diagnóstico do HU
Depois de cinco meses com dores no pé e sem condições de trabalhar, o auxiliar de serviços gerais Rafael Moreira de Almeida, 28 anos, relata um suposto caso de negligência médica ocorrido no Hospital Universitário (HU) de Maringá. Um relatório impreciso do hospital teria levado o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a diagnosticá-lo como apto ao trabalho e, agora, o rapaz ameaça processar o Estado pelos danos.
Em vinte de setembro do ano passado, Almeida teve o pé esmagado por uma empilhadeira. Atendido no HU no mesmo dia, foi diagnosticado fratura no maléolo tibial (partes moles do tornozelo). "Colocaram uma tala ao invés de gesso e no último raio-X [no fim de 2011] o médico atestou que o osso estava colado", relata.

Pai de dois filhos e com a esposa grávida, Almeida se viu em pânico diante da impossibilidade de trabalhar e de sustentar a família. "Entrei em depressão e busquei na bebida a solução para esquecer dos problemas", conta o rapaz, que hoje trata da depressão com medicamento de uso controlado. "Preciso tomar remédio tarja preta para dormir", destaca.


Problema

A situação piorou quando um perito do INSS avaliou que o rapaz estava em condições de voltar ao trabalho. "Fiquei indignado, porque morro de dor e mesmo assim fui liberado para trabalhar", diz.

Apesar de desempregado, Almeida buscou ajuda no Sindicato dos Comerciários de Maringá (Sincomar), que representa a categoria profissional dele. O advogado Ozório César Campaner o orientou a se consultar com outro ortopedista para solicitar uma avaliação clínica.


Laudo

Almeida procurou o ortopedista e traumatologista Carlos Eduardo Saboia Gomes que, em 27 de fevereiro deste ano, atestou que o paciente não está curado. No novo laudo, o médico escreveu: "necessita de repouso e tratamento por mais ou menos seis meses para a total recuperação".

À reportagem, Saboia afirma que o médico do INSS errou na perícia. "A liberação foi prematura, porque esse tipo de lesão, que provoca fortes dores, tem recuperação lenta. Ele deveria ter permanecido mais tempo no benefício do INSS", ressalta.

Vereador e ex-perito do INSS, Saboia revela problemas graves no instituto. "Muitas vezes, por não ser da área de traumatologia, o perito não consegue fazer uma avaliação precisa", declara. "As perícias deviam ter um parecer de especialistas, porque levam muitas pessoas a passar por situações complicadas", acrescenta.

Presidente da Comissão da Saúde da Câmara Municipal, Saboia também comenta o suposto erro de diagnóstico no HU. "Como se trata de uma fratura considerada benigna, penso que o médico tenha olhado rápido o paciente, sem dar o devido valor ao acidente acontecido", opina.


Processo

Almeida quer que o Estado o indenize pelos danos sofridos, porém, não sabe o que fará em relação à empresa onde trabalhava na época do acidente. No auge da depressão, depois de liberado pelo INSS, ele pediu demissão.

Na esfera trabalhista, o advogado do Sincomar avalia que Almeida tem direito a ser indenizado. "A empresa nos chamou para uma conversa e vamos fazer um estudo do que ele pode reivindicar a título de danos morais e materiais, porque ele terá de ficar cerca de seis meses afastado", destaca.
Quanto a uma ação contra o Estado, Campaner orientou Almeida a buscar um advogado cível. "Ele vai precisar também do respaldo de um médico para aferir onde foi e qual foi o grau desse erro", comenta. "É isso que vai determinar se cabe ou não uma ação [contra o Estado]", pondera o advogado.

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