Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Político brasileiro, familiar ou laranja dele que movimentar empresa nos Estados Unidos da América, com indícios de lavagem de dinheiro ou evasão fiscal, têm tudo para terminar condenado nas barras dos tribunais, além de ser obrigado a fechar ao negócio, perder o direito ao "Green card" e ainda puxar uns anos na cadeia, em regime fechado, sem direito a extradição ao Brasil. Esta é a orientação do Departamento de Justiça norte-americano que realiza uma operação pente fino para detectar empresários brasileiros suspeitos de qualquer ligação com grandes escândalos político-financeiros, como o Mensalão, o Petrolão e outros menos votados. A ação já é informalmente batizada de "Follow the money" (Siga o dinheiro).
Autoridades das 16 agências fiscalizadoras dos EUA, que trabalham com informações cruzadas e interligadas, já detectaram pelo menos dois setores nos quais os brazucas andam fazendo "money laundering" (lavagem de dinheiro): turismo e hotelaria. A investigação tem rigor seletivo explícito. A primeira pergunta das equipes de auditoria aos "investigados" e seus advogados é: "qual a ligação de negócios entre sua empresa e a administração pública brasileira, seja federal, estadual, municipal ou empresas estatais"? A segunda é se o inquirido é uma "pessoa politicamente exposta", tendo ligações de parentesco, negócios ou até amizade com políticos.
Os depoimentos das autoridades norte-americanas costumam durar de duas horas e meia a até cinco horas. O empresário brasileiro convocado a prestar esclarecimentos tem a obrigação de apresentar, espontaneamente, todo o balanço de sua empresa, nos EUA, e da filial (que sempre tem) no Brasil. Notas fiscais em sequência e estratos bancários comprovando pagamentos ou recebimentos são analisados, detalhadamente, por fiscais do Departamento de Justiça e demais agências. Quem for pego com indícios de irregularidades fica impedido de deixar os EUA. Quem fugir é condenado à revelia. Os autores de falcatruas já estão mapeados.
O rigor contra os empreendedores brazucas (honestos e bandidos) é uma preparação para as ações que vão se concentrar na Corte de Nova York sobre o escândalo na Petrobras. Nos EUA, a tendência é de condenação pesada, com multas e penas de prisão, para os que forem indiciados nos crimes de corrupção que lesaram investidores norte-americanos detentores de ações e títulos da dívida da petrolífera brasileira. As principais "vítimas" são carteiras de fundos de pensão - negócio sagrado na terra do Tio Sam. A tendência é que os processos e investigações levem até dois anos para chegar ao final. A rapidez vai atingir dirigentes e ex-dirigentes e conselheiros da Petrobras.
Os EUA não poupam ninguém. Até Dilma Rousseff entrará no meio, mesmo sendo Presidenta da República no Brasil, simplesmente porque foi "presidente" do Conselho de Administração da Petrobras nos tempos em que ocorreram os negócios lesivos aos investidores norte-americanos, principalmente a aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas. Não procede a lenda política de que existiria um acordo entre os governos dos EUA e Brasil para que dirigentes não sejam processáveis nos States. Os promotores e juízes de lá não querem saber se malandro é malandro ou se é mané: processam e condenam todos com todo o rigor, e sem vantagens como prisões domiciliares e prescrições de penas.
Já no Brasil, terra da impunidade, os políticos corruptos e seus empresários comparsas contam com a lentidão do judiciário, e o infindável arsenal de recursos processuais, para conseguirem escapar das condenações, com prescrições dos crimes e cumprimento de penas atenuado por regime aberto de prisão (muito comum para bandidos de fino trato com muito dinheiro). Não é outra a aposta dos envolvidos no atual escândalo do petrolão. Os processos no foro privilegiado do Supremo Tribunal Federal não se resolvem antes de cinco anos. no mínimo. A esperança de salvação fica maior com a chance de as investigações agora iniciadas não darem em nada, com a recusa de denúncias feitas pela Procuradoria Geral da República.
Por isso, pegou muito mal a indicação (dele próprio ou dos colegas do STF) para que José Dias Toffoli fosse transferido para a segunda turma do Supremo, que vai presidir a partir de maio, a fim de cuidar do julgamento dos políticos envolvidos no Petrolão. Se Toffoli, que no passado foi advogado do PT, assessor de José Dirceu, indicado pelo partido para a Advocacia Geral da União e, depois, para o "olimpo" do STF, repetir o desempenho no julgamento do Mensalão, no qual julgou pela absolvição dos réus na maioria dos votos, a maioria dos políticos pode contar com a esperança da salvação. O desgoverno joga de forma tão irresponsável que, ontem, Toffoli, no mesmo dia em que mudou de turma, teve uma reunião, extra-agenda, com a Presidenta Dilma, e ainda saiu avisando que nem tratou com ela do escândalo em vigor...
Quem não levou muita fé nessa versão foi a cúpula do PMDB no Congresso Nacional. Eduardo Cunha e Renan Calheiros interpretaram a amigos e assessores próximos que a jogada de Toffoli tem a clara intenção de tentar intimidá-los. Os dois já fazem vazar, nos bastidores, que "mais este tiro n´água do governo Dilma tem tudo para sair pela culatra". Os dois já fecharam um pacto para emparedar Dilma. Pode ser com a ameaça constante de fazer um indesejado processo de impeachment andar, ou nas dificuldades para aprovar questões essenciais do governo na Câmara e no Senado. Renan e Cunha - indiciáveis no Petrolão que será julgado por Toffoli - avaliam que Dilma tem muito mais a perder que ambos...
Assim, o armageddon tupiniquim está armado... Depois das manifestações de rua do próximo domingo (15 de março), o que parece ruim agora pode ficar muito pior, depois...
Temporada de vaia aos políticos
Vaias e xingamentos se transformam em tortuosa rotina para os políticos. Terça, às 7h 30min da manhã, no Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, a segunda chamada para uma ilustre passageira em atraso causou uma onda de protesto no embarque para Brasília. Quando o sistema de som citou o nome da senadora petista Gleisi Hoffmann, que não apareceu para a viagem, houve uma explosão espontânea de gritaria e furor. A bronca durou vários minutos contra a ex-ministra da Casa Civil de Dilma - que figura na lista de investigáveis do Petrolão. Gleisi é mulher de um dos cardeais petistas: o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, Paulo Bernardo.
Gleisi não é uma vítima isolada do fenômeno das vaias que tiram completamente o humor (já péssimo) da sempre irada Presidenta Dilma Rousseff - alvo de recentes "panelaços". Outro que figura na ilustre lista de investigáveis do petrolão, Renan Calheiros, não consegue mais sair para almoçar ou jantar nos restaurantes nobres de Brasília, sem passar pelo vexame público de ser molestado com vaias e xingamentos. O presidente do Senado e do Congresso Nacional é um dos alvos preferenciais da ira popular (inclusive da elite) na capital da República Sindicalista do Brasil. A desqualificada classe política nunca esteve em tão baixa cotação. O fenômeno tende a se agravar depois das passeatas agendadas para o próximo domingo, dia 15 de março, em grandes cidades e capitais do País.
15 de março
Belo vídeo em incentivo ao mega ato público de domingo, nas ruas.
Tratamento vip
Jogo de cena contra empreiteiras
A Controladoria-Geral da União determinou a abertura de processos administrativos de responsabilização contra dez empresas envolvidas na Operação Lava-Jato.
A decisão do ministro-chefe da CGU, Valdir Simão, publicada no Diário Oficial da União, atinge as empresas: Alumni Engenharia, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Odebrecht Óleo e Gás, Odebrecht Ambiental, GDK, Promon Engenharia, Fidens Engenharia, Sanko Sider e SOG Óleo e Gás.
Em dezembro, a CGU já tinha aberto processos contra contra oito empresas também envolvidas na Operação Lava Jato: UTC-Constran, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Mendes Junior, OAS, Engevix, Galvão Engenharia e Iesa.
Breve, serão firmados acordos de leniência, as empresas pagam multas, com os superfaturamentos obtidos nas obras estatais, e tudo fica como sempre no Brasil da impunidade e da roubalheira institucionalizada...
Afinal, as obras e os financiamentos de campanha não podem parar...
Papo do General de Lula
Imagem com crítica feita por João Pedro Stédile, aquele a quem Lula convocou o "exército do MST", circula entre e-mails e redes sociais dos militares.
EB tomando no TCU?
Mais uma tentativa de manchar a imagem das Forças Armadas perante a Opinião Pública.
O Tribunal de Contas da União investiga indícios de sobrepreço e de superfaturamento na contratação de serviços de locação de bens móveis, destinados a equipar as vilas olímpicas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, nos Jogos Mundiais Militares de 2011, no Brasil.
O TCU questiona gastos indevidos de R$ 4,3 milhões...
Dança da farda
O General Jamil Megid Júnior assume a vice-diretoria do Departamento e Construção do Exército.
Ele deixa o cargo de responsável, no Ministério da Defesa, pelas tropas e materiais que seriam empregados na segurança da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.
Ele será substituído por Luiz Felipe Linhares - que chefiava o Escritório de Projetos do Exército.
Aqui não dá...
Na Indonésia, uma bonitona lançou uma campanha imobiliária criativa na charmosa Ilha de Java:
"Compre a casa e case com a dona".
No Brasil só não daria certo se a dona ou a sogra forem a desgastada Dilma...
Mas lá fora, como a vendedora é a bela viúva Wina Lia, de 40 anos, pode ser que o negócio dê certo, por US$ 75 mil...
Alívio
Fernando Henrique Cardoso respirou aliviado...
Não é ele o tal vilão Fabrício Melgaço - que deseja ferrar a vida do Imperador José Alfredo, na novela Império, da Rede Globo.
Já tinha noveleira petralha botando mais essa na conta do primo FHC - que sempre é culpado de tudo...
Despencando
Tira e bota...
Hora do Combate á Corrupção
Hoje é véspera de sexta-feira 13... Todo cuidado é pouco...
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O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 12 de Março de 2015.
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