Gabriel Ramos
O balanço de pagamentos apresentou superavit de US$3,8 bilhões em junho. As transações correntes foram deficitárias em US$3,3 bilhões no mês, acumulando US$81,2 bilhões em doze meses, equivalentes a 3,58% do PIB. Na conta financeira, destacaram-se os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros em carteira e diretos (IED), na ordem, US$6,7 bilhões e US$3,9 bilhões.
A conta de serviços registrou deficit de US$3,4 bilhões em junho, 4,5% acima do valor registrado no mesmo mês de 2013. O gasto líquido com viagens internacionais alcançou US$1,2 bilhão, recuo de 17,3%, relativamente ao verificado no mesmo mês de 2013. O resultado decorreu de elevações de 76% nos gastos de viajantes estrangeiros ao Brasil, e de 4,9% nos gastos de turistas brasileiros em viagens ao exterior. As despesas líquidas com transportes somaram US$702 milhões em junho, decréscimo de 11% comparativamente ao mesmo mês de 2013. Dentre os demais itens da conta de serviços, destacaram-se as elevações nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos, 69%, e de computação e informações, 32,3%; e a redução nas despesas líquidas em royalties e licenças, 7%, na mesma base de comparação.
As remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$2,5 bilhões no mês, 24% inferiores ao resultado de junho de 2013. As remessas líquidas de lucros e dividendos somaram US$1,7 bilhão, recuo de 23,8% na comparação a igual período de 2013. As despesas líquidas de juros alcançaram US$808 milhões, redução de 24,9% no período comparativo. As saídas líquidas de renda de investimento direto atingiram US$1,7 bilhão, ante US$2,1 bilhões registrado no mês equivalente de 2013. As remessas líquidas de renda de investimentos em carteira totalizaram US$202 milhões, diminuição de 26,3% na mesma base de comparação, enquanto as de renda de outros investimentos atingiram US$602 milhões, recuo de 33,3%.
No mês, as transferências unilaterais registram ingressos líquidos de US$128 milhões, 53,3% inferiores ao resultado de junho de 2013, US$275 milhões. O ingresso bruto de manutenção de residentes somou US$157 milhões, redução de 9% no mesmo período comparativo.
Os investimentos brasileiros diretos no exterior registraram retornos líquidos de US$719 milhões em junho. A aquisição líquida de participação no capital de empresas no exterior somou US$539 milhões, enquanto os ingressos líquidos provenientes de empréstimos intercompanhias somaram US$1,3 bilhão.
O ingresso líquido de IED atingiu US$3,9 bilhões no mês, compreendendo US$3,5 bilhões de ingressos líquidos em participação no capital de empresas no País e US$387 milhões referentes a desembolsos líquidos de empréstimos intercompanhias. Nos doze meses encerrados em junho, os ingressos líquidos de IED somaram US$63,3 bilhões, equivalentes a 2,79% do PIB.
Os investimentos estrangeiros em carteira apresentaram entradas líquidas de US$6,7 bilhões em junho, compostos por ingressos líquidos de US$1,6 bilhão em ações de empresas brasileiras e de US$5,1 bilhões em títulos de renda fixa. Os investimentos em títulos de renda fixa negociados no País somaram ingressos líquidos de US$4 bilhões. Os bônus públicos negociados no exterior apresentaram amortizações líquidas de US$13 milhões. Os ingressos líquidos de notes e commercial papers atingiram US$1,1 bilhão no mês, com desembolsos de US$1,5 bilhão e amortizações de US$422 milhões. As operações em títulos de renda fixa de curto prazo negociados no exterior apresentaram desembolsos de US$31 milhões.
Os outros investimentos brasileiros registraram aplicações líquidas no exterior de US$4,3 bilhões em junho, compreendendo, dentre outros, redução de US$2,1 bilhões no saldo de depósitos mantidos por bancos brasileiros no exterior, e expansão de US$1,2 bilhão nos depósitos de empresas não financeiras. As concessões líquidas de empréstimos e créditos comerciais de curto prazo ao exterior somaram US$5,1 bilhões no mês.
Os outros investimentos estrangeiros no País apresentaram ingressos líquidos de US$88 milhões em junho. O crédito comercial de fornecedores registrou amortizações líquidas de US$684 milhões, concentrados em operações de curto prazo. Os empréstimos de médio e longo prazos somaram ingressos líquidos de US$598 milhões, com destaques para as modalidades empréstimo direto, US$1,5 bilhão, e organismos, US$302 milhões.
II - Reservas internacionais
As reservas internacionais no conceito liquidez totalizaram US$380,5 bilhões em junho, aumento de US$1,4 bilhão em relação ao mês anterior. Em junho, o estoque de linhas com recompra atingiu US$7 bilhões, recuo de US$3,4 bilhões em relação à posição de maio. A receita de remuneração das reservas somou US$289 milhões. As variações por preços reduziram o estoque em US$28 milhões, enquanto as variações por paridades provocaram elevação de US$1 bilhão. No conceito caixa, o estoque de reservas atingiu US$373,5 bilhões, incremento de US$4,8 bilhões em relação ao mês anterior.
III - Dívida externa
A posição da dívida externa bruta estimada para junho totalizou US$330,2 bilhões, acréscimo de US$10,1 bilhões em relação ao estoque de março de 2014. A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$290,6 bilhões, elevação de US$8,5 bilhões, enquanto o estoque de curto prazo somou US$39,6 bilhões, aumento de US$1,5 bilhão em relação à posição do primeiro trimestre de 2014.
A variação da dívida externa de longo prazo no período é explicada por ingressos líquidos de empréstimos de longo prazo tomados pelos setores financeiro e não financeiro, respectivamente US$1,7 bilhão e US$3,2 bilhões, e colocações de títulos de dívida de longo prazo efetuadas pelo governo, US$1,3 bilhão, e setor financeiro, US$976 milhões. A variação por paridades aumentou o estoque em US$353 milhões."
FONTE: BANCO CENTRAL DO BRASIL
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