Consciência Negra: “Leis não faltam, falta cumpri-las”, diz coordenador da Igualdade Racial
publicado 19/11/2010 às 18:51 - Atualizado em 23/11/2010 às 07:15
Eduardo Gomes da Silva fala ao Portal novohamburgo.org sobre os avanços e os desafios no combate ao preconceito contra o negro em Novo Hamburgo, citando inclusive o racismo institucional.
Felipe de Oliveira felipe@novohamburgo.org(Siga no Twitter)
“Leis não faltam, falta cumpri-las.” Assim o titular da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para a Igualdade Racial define o desafio que se impõe ao Movimento Negro.
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Eduardo Gomes da Silva, conhecido como Tamboreiro, ocupa o cargo desde janeiro de 2009 e é também militante da causa nos movimentos sociais. Em entrevista ao Portal novohamburgo.org, fala sobre o papel do órgão que comanda.
Dia 20 de novembro. Hora de combater o preconceito. Lembrar que em 1695, Zumbi dos Palmares morreu liderando um quilombo, sem desistir da luta pela liberdade dos povos afro-descendentes que ajudaram a construir a história do Brasil.
Todo o ano é assim: quando a data se aproxima, debates sobre o tema enchem a agenda da Semana da Consciência Negra. Em Novo Hamburgo, não é diferente. Como em 2010 caiu no sábado, desde a última segunda-feira a Praça do Imigrante, por exemplo, recebe atividades.
Igualdade o ano inteiro
E no dia a dia? Como a sociedade brasileira lida com a discriminação? É justamente no sentido de fomentar essa reflexão diariamente que atua a Coordenadoria da Igualdade Racial, como explica Eduardo Tamboreiro (foto). “Representa o compromisso da administração pública de trabalhar a questão das políticas para a igualdade.”
Criado no primeiro ano do Governo Tarcísio (PT), o órgão tem status de Secretaria e é responsável por implementar, efetivamente, ações que visem ao fim do preconceito, não só contra o negro, mas contra qualquer etnia. A aposta principal é na Educação. “Só assim vamos conscientizar as novas gerações sobre a importância de respeitar as diferenças.”
Com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, a Coordenadoria trabalha em projeto de capacitação de professores e conscientização da comunidade escolar. A idéia é fazer com que todas as unidades da rede municipal cumpram plenamente a legislação que prevê o ensino da história dos povos afro-descendentes.
DESAFIOS – Para Tamboreiro, além do cumprimento das leis, o Movimento Negro tem outro grande desafio: acabar com o racismo institucional. “Se você olhar nas empresas, os negros sempre ocupam cargos menores. Isso quando não estão no sub-emprego”, denuncia. “As mulheres negras, então, são as que têm os salários mais baixos do mercado.”
Negro ajudou a construir
Novo Hamburgo
Que Novo Hamburgo é uma cidade conservadora, não é novidade. E também não é sinal de maldade ou qualquer coisa que o valha. Trata-se de uma cultura calcada nos valores germânicos, trazidos pelos colonizadores alemães no início do Século XX.
O que Eduardo da Silva não se cansa de lembrar é que o negro tem participação fundamental na construção da economia hamburguense. “Há 80 anos, mais ou menos, os negros vieram para cá das charqueadas para ensinar os donos de curtume a trabalhar”, conta.
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